domingo, 18 de abril de 2010

Baudrillard e Virilio - breve introdução

Jean Baudrillard (1929 – 2007) – Sociólogo, poeta, filósofo e fotógrafo Jean Baudrillard, que enfrentou épocas conturbadas como a depressão de 1930 – crash da bolsa de 1929 –, desenvolve um conjunto de teorias que nos remetem para o estudo da comunicação e dos mídia na sociedade e cultura contemporâneas. Partindo do princípio de uma realidade construída (hiper-realidade), o autor discute a estrutura do processo em que a cultura de massa produz a realidade virtual. (wikipédia) Afirma, assim, que ‘o simulacro prova o real através do imaginário’ e, diferente de uma irrealidade, os ‘simulacros’ são experiências, formas, códigos, digitalidades e objectos sem referência que se apresentam mais reais do que a própria realidade, ou seja, são ‘hiper-reais’. Esta nova noção de hiper–realidade (a 4ª dimensão – ‘Com a quarta, com o virtual, temos um espaço-tempo que já não tem nenhuma dimensão...’ como afirma Baudrillard) afecta a nossa condição actual (de globalização, de tempo pontual – como afirma Lévy -, de um mundo de incerteza, de uma divisão internacional do trabalho, de novas dinâmicas de transacção bancárias, enfim… de consumismo) de tal modo que ‘tudo se metamorfoseia no seu tempo inverso para sobreviver na sua forma expurgada (…)’ (Baudrillard). Tecnofilo por natureza, Baudrillard considera os meios de comunicação o jogo dos simulacros, crendo numa perspectiva positiva de afirmação da revolucionaridade das novas tecnologias que possibilitam aos indivíduos imaginarem novos caminhos que lhes permitam vivenciar e fazer novas coisas de forma melhor e mais rápida.
Paul Virilio (1932) – Arquitecto, urbanista e pensador Virilio define a era da informática como algo perigoso, já que nos leva à perda da noção da realidade, quebrando distâncias e territorialidades e ainda proporcionando uma quantidade absurda de informações. Ele é caracterizado como um crítico que vê como negativas as implicações dos meios de comunicação de massa, apesar de não se considerar como tal, mas sim como um analista. (Wikipédia) Inventor do termo ‘dromologia’ – de dromos: velocidade – Virilio pretende ‘circunscrever melhor a intervenção das dimensões espaciais e temporais na cena contemporânea: “Tempo (duração), espaço (extensão), a partir de agora inconcebíveis sem a luz (velocidade-limite), a constante cosmológica da velocidade da luz, contingência filosófica absoluta que sucede depois de Einstein ao carácter absoluto concedido por Newton e por muitos antes dele ao espaço e ao tempo. “’ (http://www.triplov.com/atalaia/pedro_andrade.html). Vidrado na questão da dromologia, Virilio considera que porque “a velocidade acaba por permitir romper sem dificuldade a física e a metafísica” ficamos como o problema da temporalidade e da finitude: “como viver verdadeiramente se o aqui não o é mais e se tudo é agora”? Esta é a questão que assola o espírito do autor tecnofóbo que considera a técnica como desumanizadora, não porque ela quebre as relações humanas, mas porque “as novas tecnologias ajudam a produzir a Aldeia Global da asfixia por falta de espaço” (Virilio, http://revcom.portcom.intercom.org.br/index.php/famecos/article/view/264/198). Por isso e como afirmou Werner Von Braun “Tomorrow, to learn space will be as useful as learning to drive a car”.

Filmes interessantes para análise das implicações das teorias dos autores:
Baudrillard - 'Truman Show' (a mistura entre o real e o virtual);
Virilio - 'Matrix' (visto apenas numa perspectiva - a diferenciação entre o real e o virtual)
Baudrillard e Virilio - 'Manobras na Casa Branca' (a influência dos Mídia na opinião pública - como se cria uma guerra para desviar as atenções... de algo incómodo)

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